Prefácio

As Festas Judaicas

Muito mais do que mera comemoração

 

E traga sobre nós, ó Senhor nosso D’us, a bênção de Sua festa, para a vida a alegria e a paz…

(Trecho da reza recitada nas festas judaicas)

 

 

Uma das experiências marcantes no judaísmo, são as festas judaicas. Qual é o objetivo das festas? Mera comemoração de eventos, ou há algum motivo oculto por traz delas? Realmente, cada festa de forma específica tem seu motivo revelado e simples, bem como seus motivos profundos e ocultos, mas ainda mais: as festas são todas “peças” de uma grande “Puzzle”, como vamos explicar:

Pelo judaísmo, a pessoa deve sempre estar se auto-aperfeiçoando, sempre melhorando sua conduta com seu próximo e consigo mesma – elevando-se espiritualmente cada vez mais, e adquirindo mais sabedoria no dia-a-dia. As “áreas” nas quais podemos nos aperfeiçoar são diversas, e O Criador reconhece nossa limitação de “trabalharmos” em várias áreas de uma só vez. Por isto, D’us dividiu o ano em vários períodos e cada período tem sua “especialidade”, ou seja, cada época x do ano é espiritualmente propícia para um tipo diferente de “trabalho” espiritual. Estas são as festividades judaicas. Por exemplo:

Pessach é a festa propícia para fortificarmos nossa Fé e nossa consciência de que D’us é quem dirige tudo o que ocorre no Mundo, como ficou claro a todos com o milagre das dez pragas.

Sucot é a festa onde podemos enraizar em nós mesmos o sentimento que este Mundo é temporário e o principal é o Mundo vindouro, como simbolizamos morando uma semana na Sucá – a casa temporária.

Shavuot é a festa onde nos ligamos sentimentalmente com a Torá, como se estivéssemos recebendo a Torá neste dia, pois este é o “aniversário” da outorga da Torá no Monte Sinai.

E assim por diante nas demais festas (Rosh Hashaná, Kipur, Chanucá, etc).

Em suma, nós não festejamos Pessach por termos saído do Egito no dia 15 do mês de Nissan, mas sim, D’us nos tirou do Egito em 15 de Nissan pois esta era a data na qual o Criador quis trazer as forças espirituais espécias de Pessach. O mesmo é correto as demais festividades.

Mesmo para quem já alcançou a consciência dos conceitos citados (o de que D’us dirige o Mundo, e que este Mundo é temporário, e assim por diante), nem sempre estes conceitos fazem parte de nosso mundo subconsciente, e a prova é que podemos ficar “nervosos” quando as coisas não ocorrem exatamente como gostaríamos, o que não nos irritaria se realmente sentíssemos que existe “Alguém” que dirige tudo, e que este Mundo não é o principal. Portanto, as festas retornam anualmente, pois todo ano é necessário “reviver” estes conceitos, para que não permaneçam no plano teórico e sim passam a fazer parte de nosso comportamento o ano inteiro.

Concluindo, o calendário judaico, com suas diversas datas especiais e festividades, não é apenas um “índice” de comemorações, mas sim um ciclo anual de forças espirituais diversificadas. Isto é o que mencionamos no trecho da reza citado acima: “E traga sobre nós, ó Senhor nosso D’us, a bênção de Sua festa” – pois cada festa tem sua bênção, sua influência especial, e se alcançarmos esta força espiritual, então teremos “vida, alegria e a paz”.

Tentaremos, com a ajuda de D’us, entender um pouco mais do sentido das festas judaicas, para assim podermos “trabalhar” espiritualmente nas áreas propícias que cada festa nos propõe.

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MIGDAL GOOD